Publicidade

Padilha propõe controle parecido com cigarros para viciados em bets

Ele propõe proibição de divulgação dos jogos


Padilha propõe controle parecido com cigarros para viciados em bets Foto: Ricardo Stuckert

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), classificou o vício em jogos de aposta como uma questão de saúde pública preocupante. Ele defende que essas práticas sejam submetidas a um controle regrado, semelhante ao que é aplicado ao cigarro, com altas restrições à publicidade e a inclusão de advertências sobre o risco de dependência.

Segundo Padilha, as próprias plataformas de apostas deveriam ter a responsabilidade de alertar os usuários sobre os perigos da prática excessiva e facilitar o contato com profissionais da saúde. "A gente pode dar um passo além do cigarro, que é na própria plataforma ter mecanismos de acolhimento, de atendimento com profissional", afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo.

Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) indicam o crescimento expressivo nos atendimentos ligados ao “transtorno do jogo” e à “mania de jogos de aposta”. Em 2018, foram registrados 111 atendimentos, número que saltou para 1.292 em 2023.

O cenário corresponde com a popularização dos sites de apostas online no Brasil, entre eles, as chamadas bets esportivas e o conhecido "jogo do tigrinho", que conquistaram ampla visualização nos últimos anos.

Padilha relatou estar em conversas com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), cuja pasta é responsável por regulamentar o setor de apostas. Ele adiantou que o Ministério da Saúde pretende oferecer capacitação a profissionais que atuam no atendimento a pessoas com dependência em jogos, embora ainda não tenha dado uma previsão para o início das ações.

"Mas a própria plataforma tem que ser obrigada a oferecer alarmes, orientação para essas pessoas, atendimento a essas pessoas, formas de atendimento para sair desse vício", reforçou o ministro.

Estudiosos do comportamento associado aos jogos alertam para o avanço do vício em apostas digitais, classificando como uma epidemia que aumenta no país.

O Tribunal de Contas da União (TCU) também aponta falhas na forma como o problema vem sendo enfrentado no Brasil: "Destacam-se, ainda, a ausência de indicadores claros sobre o número de pessoas atendidas no SUS e a carência de campanhas educativas e de mecanismos de bloqueio ou restrição ao público infantojuvenil; a massiva publicidade das apostas, aliada à falta de alertas proporcionais quanto aos riscos de dependência, contribui para que cresça o contingente de pessoas expostas ao jogo problemático", diz o órgão.

Por fim, Padilha reconhece que ainda não há estatísticas consolidadas sobre o impacto das apostas no orçamento do SUS. "Hoje não existe esse cálculo. Vai começar na medida em que a situação cresce. A gente vê isso a partir de algumas experiências internacionais", concluiu.




COMENTÁRIOS

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.